4 de dez. de 2013

UMA INSTITUIÇÃO TOMADA DE ASSALTO

Caros amigos,
O que temíamos e denunciamos na postagem anterior a esta acabou por acontecer. A convocação da Assembleia Extraordinária feita pelos ocupantes sub judice da ABI para legitimar o golpe foi instalada com "meia dúzia de gatos pingados", como informa um dos conselheiros e Primeiro Secretário do Conselho Deliberativo, em carta aberta aos associados, que transcrevemos abaixo. As datas e horários divergentes nas diversas comunicações certamente confundiu alguns dos associados, impedindo que comparecessem para opor, quem sabe, alguma resistência ao que o conselheiro descreve como "palhaçada".

Mas é necessário que se faça uma constatação, por mais dura que seja: a ABI está perdendo a passos largos a sua importância perante os jornalistas e a sociedade, que já não se mobilizam para protegê-la como instância legítima de defesa das liberdades e dos direitos democráticos, mediadora dos interesses dos cidadãos nas mais diversas instâncias de poder. Uns poucos de nós se congregam em torno da Chapa Vladimir Herzog como uma resistência quixotesca, denunciando o solapamento da história e da tradição da entidade. Mas somos apenas uns poucos  dentre os muitos que formam a categoria; tão poucos que "meia dúzia de gatos pingados" é capaz de decidir por um destino infame para a ABI. Somos poucos para a urgência que a tarefa impõe. Se os jornalistas não se mobilizarem, a ABI vai definhar nas mãos de aventureiros. 

No site da entidade, uma notícia tosca, que carece do mais simplório acabamento jornalístico, informa, como que envergonhada pelas omissões dos fatos, quem é o novo presidente. Na foto, Fichel Davit Chargel em reluzente terno branco, com olhar enviesado, parecendo também envergonhado de si mesmo - triste figura.

A carta que transcrevemos abaixo é de um membro do grupo que forma o Conselho Deliberativo, ora sub judice, e que ocupa um cargo de relevância - o de Primeiro Secretário do Conselho. Portanto, é uma opinião isenta quanto à posição que defendemos aqui neste blog da Chapa Vladimir Herzog. A posição do jornalista, neste manifesto, é de sua inteira autoria e responsabilidade. Pereira da Silva estava presente à assembleia e, como faria qualquer jornalista, não compactuou com o espetáculo deprimente que lança a ABI à sua mais sombria sorte. 

Neste momento, sentimos que a Associação Brasileira de Imprensa está de luto.
 Leiam a carta.


PALHAÇADA
Por: Pereira da Silva, Pereirinha
Primeiro Secretário do Conselho Deliberativo da Associação Brasileira de Imprensa (ABI)

O nono andar do Edifício Herbert Moses assistiu, envergonhado, terça, dia 3 do corrente ano, um espetáculo triste e deprimente, que jamais imaginaria, nem ele nem os sábios defensores da legalidade, das liberdades democráticas, da honradez e da honestidade, como Barbosa Lima Sobrinho e Maurício Azêdo. 

Maurício Azêdo tudo faria para defender suas ideias e seus ideais, mas jamais agiria como Brutos ou, perdão queridos e amados palhaços, transformaria a ABI num picadeiro e se transformaria em palhaço para fazer da responsabilidade uma palhaçada. Fichel Davit Chargel, ao protagonizar a palhaçada, apenas disse a todos os associados da ABI, principalmente aos integrantes do Conselho Deliberativo, que não está à altura do cargo que ocupa e, em vista disso, precisa a todo instante ser advertido e lembrado dos seus deveres e responsabilidades.

É uma pena que tenha que ser assim, mas não tem outro jeito, porque criança, os adultos responsáveis tratam como criança, justamente para que ela respeite os seus limites e, quando crescer, respeite os mais velhos e haja como cidadão honrado e capaz. Como presidente da ABI, Fichel Davit Chargel deve sempre ter em mente que não é presidente de uma entidade sindical, que age sorrateiramente para derrotar os inimigos. Como presidente da ABI, Davit tem outras e nobres responsabilidades. Ao assinar nota, envolvendo a ABI com os mensaleiros do PT, nosso companheiro Milton Temer o defendeu, dizendo que ele assinou aquilo sob pressão. 

Ora, meu caro Milton, se o fez sob pressão, aceitando fazer parte de uma aleivosia condenável, Davit mostrou-se ser um fraco e sem condições para conduzir os destinos da ABI. Vamos recordar, pois, que a ABI não é partido político, muito menos é PT ou o diabo que o valha, nem sindicato. A ABI é uma agremiação de homens e mulheres que pensam o Brasil e os direitos dos homens livres, de uma imprensa sem mordaça, independente de sua ideologia política e orientação editorial. 

Como, meu caro Milton, queremos ser conduzidos? Como pessoas livres ou não? Quando cheguei terça-feira no Edifício Herbert Moses fui informado que a Assembleia Geral Extraordinária para referendar o nome do Davit foi instalada às 10 e encerrada às 11h, num passe de mágica. E quem referendou o Davit? Meia dúzia de gatos pingados. Isso não é referendo, é uma farsa. Lamentável e triste farsa. Uma palhaçada. Triste palhaçada que envergou o picadeiro. Meia dúzia de gatos pingados levantou as mãos e referendou o novo rei. 

Só tem um detalhe. Enquanto Maurício Azêdo era vivo, Fichel Davit Chargel exigia enfaticamente o cumprimento do Estatuto e do Regimento Interno da ABI. Pois bem, todos nós conselheiros deveremos encarnar o personagem vivido por Davit, em passado recente, para exigir o cumprimento do Estatuto e do Regimento Interno da ABI.
       
       

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